sexta-feira, 1 de março de 2013

Será que estamos a criar uma sociedade mais justa?

Nesta minha crónica, gostaria de partilhar consigo algumas das minhas preocupações sociais.
Assim, e de acordo com o Eurostat – gabinete oficial de estatística da União Europeia – em 2011, 1 em cada 4 portugueses, corria o risco de pobreza e/ou de exclusão social, (hoje a situação provavelmente, será bem mais grave).
 
Em Portugal os grupos mais vulneráveis à pobreza e exclusão social são as crianças e jovens com menos de 18 anos de idade, com uma percentagem de 28,6%, seguida dos idosos, com mais de 65 anos, onde esse valor atinge os 24,5%.
 
Por outro lado e segundo as últimas previsões da Comissão Europeia, Portugal surge como o país da Europa que mais cortou na despesa social em 2011 e 2012. Trata-se de um corte de 3,7 mil milhões de euros, valor próximo dos quatro mil milhões que o Governo pretende cortar na despesa do Estado até 2014.
 
Os sucessivos “cortes” em prestações sociais e nos benefícios sociais, como o subsídio de desemprego e o Rendimento Social de Inserção (RSI), comprova o abrupto empobrecimento dos portugueses e dentro destes, das “franjas” mais carenciadas da nossa população.
Eis algumas consequências notórias da elevada taxa de desemprego (ao ter atingido, pela primeira vez, os 17,6%, em janeiro do corrente ano) e da aplicabilidade das novas regras de atribuição do RSI:
- Atendendo a que quem está a receber o RSI, caso tenham filhos menores em idade escolar, têm que os ter a estudar (para que possam continuar a receber o RSI), com as novas regras de atribuição deste rendimento, e atendendo à brutal diminuição de atribuição do mesmo, está a originar que muitas crianças deixem de frequentar as aulas e tenham que andar a mendigar nas ruas;
- Atendendo à feroz redução do valor de atribuição do RSI, está a originar que crianças deixem de frequentar a escola uma vez que os pais não têm dinheiro para pagar os passes;
- Verifica-se ainda, um crescimento exponencial nos casos de emergência social verificados nas escolas.
Mas, ao mesmo que no nosso País, aumenta o número de portugueses que correm o risco de pobreza e exclusão social, os partidos que suportam o Governo, aprovaram, no passado dia 25 de fevereiro, a privatização de um bem comum – a água.
 
Além disto assistimos à opinião de um economista que negociou o memorando de entendimento com a troica, Eduardo Catroga, a defender a dispensa de funcionários públicos bem como a revisão das regras para a idade da reforma.  
Será que estamos a criar uma sociedade mais justa?

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