sexta-feira, 20 de julho de 2012

Pela manutenção do Serviço de Urgência Polivalente

Depois de ter lido a notícia do JN no passado dia 18 de junho, intitulada “Gaia perde para o Santo António”, a desclassificação do Serviço de Urgência Polivalente a Urgência médico-cirúrgica, hoje não podia deixar de abordar este tema nesta minha crónica.
O Centro Hospitalar de Gaia/Espinho é hoje um Centro de referência de âmbito nacional e nalgumas especialidades, de âmbito internacional, refira-se a título de exemplo, o serviço dirigido pelo Prof. Dr. Vasco Gama.
O CHVNG/E tem atualmente uma lotação de 558 camas, divididas por várias especialidades, sendo visitado diariamente por mais de 2.000 utentes. O CHVNG/E possui um Serviço de Urgência Polivalente, que garante uma resposta altamente diferenciada às situações de emergência e recebe uma média diária de 500 utentes/dia.
O CHVNG/E serve, preferencialmente, a população da área de influência que lhe está atribuída pelas redes de referenciação hospitalar, cerca de 700.000 habitantes. Para todas as especialidades, assiste os Municípios de Gaia e de Espinho, com cerca de 330 mil habitantes. Para as especialidades de diferenciação intermédia, serve os Municípios de Entre Douro e Vouga, com mais 350 mil habitantes. Contudo, para as especialidades de elevada diferenciação, acolhe as populações de todos os Concelhos a Norte do Rio Vouga. Hospital central da Região de Entre Douro e Vouga, tem todas as valências básicas, intermédias, diferenciadas e quase todas as altamente diferenciadas.
Atualmente, o CHVNG/E é um dos principais complexos assistenciais do Norte do País, sendo composto por três Unidades, respetivamente:
Em Gaia, localizam-se a Unidade 1 – antigos Sanatório D. Manuel II e Hospital Eduardo Santos Silva, no Monte da Virgem. Está aqui localizada a prestação de cuidados de saúde em regimes de internamento, ambulatório e meios complementares de diagnóstico além de outros serviços de apoio, bem como a grande maioria das valências médico-cirúrgicas e a Unidade 2, no antigo Hospital Comendador Manuel Moreira de Barros, dista cerca de cinco quilómetros da Unidade 1, localizando-se nesta o serviço de Ortopedia, Departamento Materno-Infantil, com as valências de Medicina de Reprodução; Obstetrícia/Ginecologia; Pediatria; Neonatologia e Cirurgia Pediátrica.
Em Espinho, localiza-se a Unidade 3 – antigo Hospital Nª Sª da Ajuda – a cerca de 15 Kms da Unidade 1. Com a fusão no CHVNG/E, passou a ter duas Unidades, respetivamente de Convalescença e a Unidade de Cirurgia Ambulatória, tendo também disponíveis, consultas externas de várias especialidades.
Assim, e de acordo com um relatório solicitado pelo Ministério da Saúde e pago por todos nós, fará sentido concentrar no Porto (Centro Hospitalar S. João e no Centro Hospitalar do Porto), os dois únicos Serviços de Urgência Polivalente?
Tendo em consideração que o Centro Hospitalar de Gaia/Espinho, serve cerca de 700.000 habitantes, não fará sentido a manutenção do Serviços de Urgência Polivalente? (sem a sua desclassificação a urgência médico-cirúrgica, perdendo por isso a prestação de cuidados de saúde à população abrangida)
Será que os técnicos (economicistas) que elaboraram o respetivo Relatório, apenas tiveram em consideração a prestação de cuidados mínimos de saúde tendo desvalorizado o facto da elevada percentagem de pessoas com mais de 65 anos, que habita na área de influência do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho?
Será que o Sr. Ministro da Saúde perante tal “estudo”, vai implementar as conclusões do mesmo ou vai manter o que já referiu publicamente, ou seja, a manutenção do Serviço de Urgência Polivalente no Centro Hospitalar Gaia/Espinho?
Finalmente será a manutenção ou não do Serviço de Urgência Polivalente, uma questão política? (entre o CHVNG/E e o Hospital St.º António).
Por todas estas razões vou continuar atento em defesa da manutenção do Serviço de Urgência Polivalente no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho.

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